quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Navegando no mar da Bienal



Lohanna Lima
(Foto)Divulgação Palácio das Artes

Ao contrário do que pensava, arte não é algo difícil. Essa é a minha conclusão depois visitar o recorte da 29ª Bienal de São Paulo – Obras Selecionadas, que pela primeira vez é recebida por outra capital brasileira. A mostra trouxe alguns dos trabalhos dos principais artistas nacionais e internacionais contemporâneos que fazem parte da Bienal em São Paulo.

O que era para ser apenas uma visita acadêmica, num sábado de atividade complementar, acabou se tornando uma experiência muito agradável. Pra mim, não houve forma melhor de entrar em contato com a arte, pois a ida ao local, cercada de amigos, trouxe um clima bem mais descontraído e uma leveza sem descrição.

Formamos um pequeno grupo e começamos a percorrer o espaço. As salas, claras e muito bem arejadas, traziam um clima sereno para a visita. Queríamos filmar e fotografar tudo, como uma forma de absorver e trazer conosco um pedacinho de cada obra ali exposta, mas logo os monitores ditaram as regras: Nada de filmagem, e fotos com flash. Obedecemos sem reclamar, claro!

Andamos por todo o espaço sem deixar nenhuma obra para trás, como se fosse um pecado pular alguma delas, e de repente avistei algo que me fez parar por um instante: Ela apareceu no vídeo no meio de uma parede. Do lugar que eu estava nem podia ouvi-la, mas ao olhar para aquela imagem, sabia sobre o que falava: Era Clarice Lispector em sua última entrevista, meses antes de falecer. Parei na frente dela, como se ela pudesse me ver ali e esperei que terminasse de falar, afinal não se deixa Clarice falando para as paredes.

E eu que cheguei cheia de medos, pensando que não iria compreender nada, ou quase nada das obras, me deparei com os rostos conhecidos de Lula, Bush, do Papa Bento XVI, da Rainha Elizabeth, sendo assassinados pelo artista Gil Vicente, nos lindos desenhos em preto e branco. Enfim, o bicho de sete cabeças que eu esperava não estava na Bienal, pelo contrário lá havia um mundo novo que eu adorei conhecer e, principalmente, compreender.

A mostra segue até o dia 20 de março, no Palácio das Artes, e no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, os horários são: de terça-feira a sábado de 9h às 21h; domingo de 16h às 21h , e entrada franca.

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