quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Memorial de sonhos e fantasia





Nayara Carmo (texto)
Cica Alfer (fotos)


Arquitetura clássica combinada à tecnologia. Assim posso descrever o Memorial Minas Gerais – Vale, no circuito cultural Praça da Liberdade. Inaugurado recentemente, o local apresenta um mix de fantasia e história, no qual é possível ver desde exposições permanentes em memória a Sebastião Salgado a sutis fantasmas.


Começo minha visita pelas salas do primeiro andar, e logo descubro que tecnologia não é apenas artigo de complemento, e, sim, um elemento essencial para se compreender melhor o passado. Fones especiais me foram emprestados e, em cada ambiente, descobri sua utilidade. A aproximação às infinitas telas, na qual é possível ver vídeos sobre o tema retratado em cada sala, me permitiu ouvir a história sendo narrada por importantes nomes do teatro e da televisão brasileiros, como Fernanda Montenegro.

Não foi permitido subir as escadas, pois elas são tombadas pelo patrimônio histórico, devido ao seu valor cultural. Então, o acesso ao segundo andar, onde fica a maior parte das salas, só pôde ser feito por meio de elevador panorâmico — o que não é nenhum sacrifício — já que um belo jardim encanta a todos os visitantes do alto.

Na viagem pela arte rupestre, através de uma das 30 salas que compõem o passeio (duas salas ainda não estão disponíveis à visitação), descobri que o conceito de homem das cavernas é errado, pois na verdade eles não moraram nelas. Quando toquei nas paredes da gruta, pintadas com figuras características da época, uma animação foi projetada, ensinando-me como foram descobertos os primeiros fósseis e sua importância para as áreas biológicas e naturais.

Já o espaço intitulado História de Belo Horizonte foi um passeio à parte. Com mobília da época de inauguração do Palácio do Governador e lustres imponentes, a sala conta sobre mitos e lendas urbanas que surgiram logo depois da decisão de transformar Curral Del Rey em uma capital planejada. Entre eles destacam-se o da Maria Papuda e do fantasma que ronda o bairro Funcionários. No decorrer da narração, as luzes começam a piscar e um som assustador invade a sala, e, ao olhar com atenção, vi um fantasma projetado em um dos quadros. Não há dúvida que esse foi um dos ambientes que mais me envolveram.

O Memorial conta ainda com um café, sala de jogos e acesso à Internet, cyberlaund, salas de dança, entre outros espaços disponíveis, e o melhor de tudo: é de graça. Para conhecê-lo, é preciso agendar. Sem nenhuma dúvida, foi uma visita inesquecível e quase indescritível.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gira-praça promove cultura e mobiliza alunos de jornalismo da CPJ


                                       





Diego dos Santos e Cica Alfer
(Fotos) Caroline Lopes

Os alunos do curso de Jornalismo, do Centro universitário Newton Paiva, participaram do evento “Gira praça”, organizado pelo SESC-MG, que visa levar cultura e lazer para as comunidades carentes. O evento foi no último sábado, na ‘pracinha do Jornal’, que fica ao lado do Diário do Comércio, na Avenida Américo Vespúcio, 1600. Lá, a CPJ monitorou duas oficinas de jornalismo, uma de impresso e outra de rádio. Para isso, contamos também com o auxílio luxuoso dos técnicos Márcio Wellington (Edinho) e Denis Santiago.

Abaixo, alguns depoimentos apresentados pelos alunos que participaram:

“Contribui para a construção da cidadania, além de poder ajudar uma comunidade.” — Boulanger Lopes, aluno do 6º período.

“Foi proveitoso para nossa formação acadêmica, mas também como pessoa... Deveria haver mais eventos desse tipo”. — Henrique Paolinelli, aluno do 2º período.

“Interessante para integração com a comunidade próxima a faculdade, e para conhecermos as necessidades vividas pelos moradores.” — André Coelho, 4º período.

“Ajuda como estudante, na experiência, e na oportunidade de repassar o que se aprende para pessoas carentes — é maravilhoso.” — Caroline Lopes, aluna do 5º período.

“Deu para conhecer um lado que não vejo no dia a dia, a dificuldade vivida, e a falta de lazer e cultura dentro da comunidade.” — Lucas Horta, aluno do 6º período.

“Foi uma oportunidade muito interessante, porque tivemos contato com crianças que precisavam adquirir conhecimento sobre jornalismo.” — Suzana Costa, aluna do 5º período.

“Os meninos da comunidade não pensam em fazer um curso, seguem a profissão do pai ou o que der; tivemos a chance de mostrar a profissão de jornalismo. Uma oportunidade única para eles.” — Pedro Henrique, aluno do 6º período.

“Foi interessante, pois pudemos perceber a realidade das pessoas carentes, e tentar modificar um pouco aquilo com nosso conhecimento.” — Ellen Magalhães, 4º período.

“Achei que o evento possibilitou agregar informações indispensáveis para a formação ética jornalística, como por exemplo, a realidade de crianças e jovens de classe baixa no país, não deixando de se importar com quem não tem oportunidade.” — Nayara Carmo, 2° período.

“Foi importante, porque as crianças testaram sua vocação e conheceram um pouco da área de comunicação.” — Viviane Teodoro, 2° período.

“Gratificante, não só para mim, que pude ensinar um pouco do que sei, mas também para as crianças, que aprenderam coisas novas brincando, e como o jornalismo é muito mais interessante do que muita gente pensa.” — Nathália Gorito, 5° período.

“Foi bom, principalmente pelo lado social: entramos em contato com a realidade das crianças, e colocarmos em pratica tudo que aprendemos aqui.” — Bárbara Batista, 2° período.

“Bacana, pois coisas simples que fizemos pareciam coisas de outro mundo para eles. Entrando em contato com a realidade deles, mostrando algo que não tinham acesso até então.” — Raul Carvalho, 8° período.

“Uma oportunidade única de exercer nossa profissão fazendo o que há de melhor nela, a função social.” — André Santos (Carioca), 2° período.

“Sentir de perto as dificuldades da vida dos moradores e ver o sorriso no rosto das crianças enquanto se divertem é gratificante para nós estudantes de Comunicação.” — Diego dos Santos, 2º período.

“Uma das coisas mais gratificantes que poderia ter acontecido foi ver a felicidade das crianças e aprender um pouco daquilo que amo. O reconhecimento nas palavras delas foi muito mais do que eu esperava.” — Cica Alfer, 2° período.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tarde cultural movimenta praça no bairro Nova Esperança

Nayara Carmo

Em comemoração aos 90 anos do bairro Nova Esperança, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o Projeto Gira Praça agitou a praça José Mota Costa, nesse dia 4 de dezembro, com atividades de lazer e de conhecimento. Para encerrar o último evento do ano, atrações como apresentações de dança, shows, incluindo uma oficina de rádio e de jornal impresso realizada pela Central de Produções Jornalísticas (CPJ) do curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva, levaram cultura e diversão ao local.

Raul Carvalho, estudante do 8° período, afirmou que aprendeu muito com as crianças e adolescentes que participaram do evento. ”Foi impressionante ver a necessidade da população. Algo tão simples para nós como falar ao microfone se tornou uma alegria para todos”. Bárbara Batista, do 2° período, completou: ”Foi mais que uma oficina. Foi um aprendizado de vida”.

De acordo com Milene Rios, representante das Unidades Móveis de Orientação Social (UNIMOS) do SESC, oficinas de qualificação aconteceram desde o dia 30 de novembro, sendo elas as de grafite, caixas e sacolas de presentes, panetones, bombons e cosméticos artesanais, e de produtos confeccionados pelos moradores que foram expostos na praça.

Segundo João Soares, morador da região há 53 anos, atrações como o Projeto Gira Praça trazem alegria para um local carente de atenção por parte dos governantes. “É bom ver como as crianças se divertiram e interagiram com a proposta do evento”, disse Soares.

Mudanças

Morador do bairro há 55 anos e presidente do Conselho Gestor do bairro, José Bonomo viu grandes mudanças acontecerem no bairro. ”Um grande marco na história do Nova Esperança foi a construção da quadra Frei Luis, possibilitando a prática de esportes para os moradores, afastando jovens da criminalidade”, ressaltou.

Éderson Balbino, idealizador do Instituto Cultural Olegário Balbino e coordenador geral do Jornal Páginas Abertas (produzido em parceria com a CPJ), ressaltou a importância de um projeto sociocultural como esse: “É o pontapé para transformar a praça em um atrativo para a comunidade, integrando artistas e folclore”.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ouro negro das Minas Gerais

Nayara Carmo e Cica Alfer (fotos)

Quitutes que variam dos tradicionais licores e geleias ao exótico pastel e sorvete de jabuticaba. Quem visitou o 24° Festival da Jabuticaba em Sabará, nos dias 20 e 21 de novembro, pôde desfrutar dessas iguarias. O evento atraiu 11 mil pessoas para a cidade que é conhecida como a capital mineira da fruta. Estima-se que 100 mil litros da fruta foram vendidos.

O festival superou as expectativas dos produtores. Joel Soares levou 100 caixas para o festival e comemorava as vendas: ”Antes boa parte da produção era perdida. Agora, a venda da fruta in natura gera lucro para nós”, ressalta Soares.

E não é apenas a venda da fruta, em seu estado bruto, que é fonte de renda para a população. Produtos comercializados no Festival como vinhos, picolés, sorvetes e carnes ao molho de jabuticaba surpreenderam pela qualidade. A comerciante de geleia e licor, Dejanira Norberto, que participa do festival desde sua primeira edição, afirma que “os produtos clássicos como a compota, têm a preferência do consumidor, e esse público cresce a cada ano”.

Mas as novidades também atraíram nesse Festival. Carolina Huara, estudante do curso técnico de gastronomia, responsável pela criação do coquetel não alcoólico e do brigadeiro de jabuticaba, celebrava a aceitação. “Não esperava essa receptividade”, completa.

História

Nativa da Mata Atlântica, a jabuticaba não tem sua origem definida. Fato é que a fruta tornou-se mais comum no Brasil, especialmente em Minas Gerais, sendo uma de suas espécies batizada com o nome da cidade em que ocorreu o festival: jabuticaba-sabará (Myrciaria jaboticaba).

Geralmente, colhe-se uma vez por ano, a partir do mês de outubro, variando de acordo com a irrigação e o clima da região de cultivo. A jabuticabeira cresce lentamente, mas produz muito, chegando a 80 caixas (de 40 litros) por safra. Seu fruto é rico em vitamina C (12 mg/100g), fósforo (14 mg/100g) e cálcio (13 mg/100g).

A fruta não é utilizada apenas para fins culinários; ela é também utilizada para uso medicinal, como a casca como remédio alternativo para asma. A madeira, por ser muito resistente, pode ser utilizada para vigamentos, esteios e dormentes.