quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Voto não é moeda de troca

Por Nayara Carmo e Henrique Paolinelli

Escolher um candidato nas eleições não é tarefa fácil hoje em dia, ainda mais por causa dos escândalos políticos dos últimos anos. Além disso, a propaganda eleitoral virou um verdadeiro circo dos horrores, pois vemos de tudo na TV: o candidato “rola bosta”, o que não fala absolutamente nada (só a mulher do respectivo candidado entra no cenário e diz — “vote no meu marido”), por exemplo. A situação é ainda pior quando as eleições são para pleitear cargos municipais, como o de vereadores.

De acordo com o professor de Teorias da Comunicação, Écio Marques, os interesses pessoais, em grande parte, pautam mais o dia a dia da política do que os interesses coletivos. Diz: ”O problema é que muitas vezes esses interesses são particulares e não públicos, transformando o ato de votar em uma barganha e o próprio voto em moeda de troca”. Ainda de acordo com o professor, partidos fabricam políticos e os transformam em “candidatos-- produtos”, para assim conquistar o eleitor via propaganda eleitoral.

Para quem for votar pela primeira vez, o perigo se mostra ainda maior. No entanto, o eleitor bem informado consegue reconhecer quando um político não é confiável. Jéssica Viana, estudante de Relações Públicas, diz que o candidato precisa propor melhorias concretas nas áreas de educação, transporte e saúde.
Nessa mesma linha de raciocínio, Josiane Fernandes, estudante de direito, propõe que o governo favoreça sempre os serviços básicos para que o brasileiro tenha uma vida digna. Ainda segundo ela, o marketing das campanhas eleitorais atinge basicamente a população mais fragilizada da sociedade, que muitas vezes não tem tempo para desenvolver uma análise crítica da situação.

Assim como Jéssica e Josiane, a maior parte dos jovens entrevistados apresentam a mesma opinão. O estudante de jornalismo Fernando Maximiano diz que “é indispensável o candidato ser instruído e que tenha histórico na política”. Por fim, diz ainda que “Candidatos que utilizam de humor para atrair eleitores não despertam o interesse, pois demonstram não ter nenhum suporte para assumir um cargo público”, analisa Fernando.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ex-aluno da Newton é aprovado no 21º Curso Estado de Jornalismo

Suzana Costa

É como se fosse um novo vestibular. Selecionado entre 1901 concorrentes, o jornalista e ex-aluno da Newton Paiva Tiago Rogero, ficou entre os 30 alunos aprovados para o Curso Estado de Jornalismo, do jornal “Estado de São Paulo”. O curso é uma extensão da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha), e vai do dia 1º de setembro a 10 de dezembro. A primeira parte do curso consiste em estudo teórico; e a segunda, prática.

Tiago é repórter da rádio Band News, em Belo Horizonte desde que se formou. E reconhece em seus líderes um grande exemplo da carreira que deseja seguir. Antes disso, estagiou na Central de Produção Jornalística do curso de jornalismo da Newton (CPJ), onde ampliou sua experiência profissional, atuando em veículos impressos, rádio e TV. Ele afirma que o curso será muito importante para sua carreira, porque permitirá que se aperfeiçoe como repórter.

Um dos cursos mais procurados do país, o do Estadão teve, este ano, a proporção de 63 candidatos por vaga. O curso é conhecido como “residência do jornalismo”. Entre as atividades realizadas, se destacam encontros com jornalistas brasileiros e do exterior, aulas de economia, ética, filosofia, política, visitas técnicas, etc. Além disso, passa a integrar o Banco Estado de Talentos do jornal.

Para os aspirantes, seguem as dicas do mais recém-aprovado: “É necessário estar muito antenado com relação aos principais assuntos do mundo, ter bons conhecimentos gerais e saber inglês”. Segundo Tiago, o inglês é de muita importância para quem quer se candidatar à prova, mas também não tira a importância dos estágios em sua conquista. Nesse sentido, vale a pena lembrar que o curso de Jornalismo da Newton Paiva, por meio da Central de Produção Jornalística, é um dos que proporcionam mais oportunidades de estágio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A partir de agora tudo poderá mudar


Sabrina Assumpção

Começou nesta semana, o horário gratuito na TV para a Presidência da República. É a última oportunidade àqueles brasileiros que ainda não conhecem todos os candidatos, ficarem sabendo a respeito dos nove concorrentes e suas propostas.
Até então, apenas três candidatos estavam tendo maior popularidade. São eles: José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Acredito que o foco mais voltado para esses três possa ter diversas razões. Algumas delas são pelo marca no histórico do papel político brasileiro (caso de Serra), pela convivência próxima com figuras políticas já importantes (como ocorre com Dilma), ou, pela insistência em abordar temas que estão na moda como meio ambiente (caso de Marina Silva).
O fato, é que com as propagandas eleitorais esse quadro forjado, ou não, poderá mudar. A televisão para a sociedade é um dos meios de comunicação que mais influencia na formação e adoção de ideias. Assim, qualquer gafe, gesto ou palavra duvidosa dos atuais “candidatos mais populares”, poderá mudar essa notoriedade.
É a última chance de conhecer os candidatos e suas propostas. Na última terça-feira, em sua festa de aniversário, o candidato do PMDB ao governo de Minas, Hélio Costa declarou “não é na televisão que se faz campanha”. Parcialmente certo, já que, campanha se faz no dia a dia, com atitudes, não palavras. Mas antes de obtermos atitude e resultado é necessário escolhermos, e escolher bem.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dilma, Serra, Marina, Plínio...?

Por Markleny Minas e Nayara Carmo

Você conhece todos os candidatos à presidência da República? Então está na hora de conhecer. A largada para se ocupar o cargo mais importante do Brasil já foi dada. Alguns candidatos aparecem todos os dias nos jornais; outros, nem tanto.

Apesar da cobertura massiva da imprensa de apenas quatro dos concorrentes à presidência, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) existe o registro de mais cinco candidatos ao Palácio do Planalto. Além de Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda (PSOL), também estão na disputa Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Rui Costa Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU).

A diferença no tempo do horário eleitoral determinada pela Lei Eleitoral também é um tanto quanto desigual. Nesta quinta-feira, o TRE divulgou o período em que cada candidato terá para expressar suas propostas durante a propaganda eleitoral gratuita.

Mesmo com essa diferença, quem elege o presidente é o cidadão brasileiro. Portanto, acompanhe as campanhas dos candidatos e faça uma escolha consciente.

*Dilma Rousseff (PT)- 10min38seg55
*José Serra (PSDB)- 7min18seg24
*Marina Silva (PV)- 1min23seg22
*Plínio de Arruda Sampaio (PSOL)- 1min1seg94
*Eymael (PSDC)- 55seg56
*Ivan Pinheiro (PCB)- 55seg56
*Levy Fidelix (PRTB)- 55seg56
*Rui Costa Pimenta (PCO)- 55seg56
*Zé Maria (PSTU)- 55seg56

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Diário de uma Iniciante

A experiência de fazer a primeira grande matéria

Escolher a profissão que pretendo exercer foi uma das decisões mais complexas que já tive de enfrentar. Tenho certeza que para a maioria das pessoas isso também não seja tão diferente. Mas, pior ainda, é o frio que dá na barriga quando chega a hora de estagiar. Ter o primeiro contato com a sua profissão, e, saber de uma vez se a decisão tomada foi a mais adequada.

Cursando o segundo semestre de jornalismo, achava que era improvável conseguir um estágio logo de início. Mas, a oportunidade apareceu antes que eu imaginasse na CPJ (Central de Produções Jornalísticas), e eu não quis abrir mão. Cheguei a ser taxada por conhecidos como negligente, pelo fato de correr o risco em “sujar o nome” antes mesmo de entrar para o mercado de trabalho. Nesta profissão, construir um nome é a coisa pelo que mais se preza.

Em meu primeiro dia de trabalho na CPJ, cheguei à redação e já estava ocorrendo uma reunião de pauta. Reparando no novo ambiente, minha primeira sensação foi de que já pertencia àquele lugar. Com o final na reunião, sai com minha primeira pauta. Minha missão era fazer uma matéria com calouros na faculdade. Nada monstruoso pra quem estuda na mesma faculdade e gosta de conhecer pessoas novas. O que não imaginava era a amplitude de minha próxima matéria.

Com exatamente uma semana estagiando na CPJ, meu editor fez a grande loucura de confiar em minhas mãos uma grande matéria. Minha missão dessa vez era com meu parceiro Diogo ¬- também recém-chegado na CPJ. Deveríamos entrevistar Frei Chico fundador do Coral Trovadores do Vale, para uma matéria que iria sair no Jornal Turismo de Minas. Sem pensar duas vezes aceitei o desafio.
Tive pouco tempo para pesquisar a respeito de Frei Chico antes de ir entrevistá-lo. O que me deixou com um pouco aflita, confesso. Mas com a certeza de que nasci pra fazer aquilo, e ansiosa por ter a chance de poder fazer uma grande matéria, peguei a máquina de fotografar, a caderneta, o gravador e o Diogo. Respirei fundo, me enchi de coragem e fui.

Chegando ao retiro de Frei Chico, vi que minha momentânea aflição não me prejudicaria tanto o quanto achava. O senhor já de cabeça branca, super-receptivo, veio atender a mim e Diogo com um gigantesco sorriso estampado no rosto. Chamou-nos para conhecer sua casa e nos apresentou até seu desorganizado escritório particular. Aproveitando o rico cenário de seu retiro, não economizei em tirar inúmeras fotografias.

Frei Chico entusiasmado posou diversas vezes para eu fotografa-lo. Concedendo-nos bastante atenção, por um momento, a imagem de meu avô me veio à cabeça. O frade cheio de histórias para contar não economizava ao detalhar suas experiências de vida. Entrevistá-lo, passou a me parecer algo que já havia feito centenas de vezes.Empolgada com o desempenho positivo de minha primeira experiência, eu não hesitava em fazer perguntas para Frei Chico, para saber tudo que fosse necessário ao bom resultado de minha primeira grande matéria.

Consciente de que naquele dia ainda teria que voltar à redação para terminar a matéria, sai dali querendo ter continuado para conhecer mais casos emocionantes como aqueles que tinha acabado de ouvir.
Entusiasmada com o material que havia colhido, eu e Diogo tratamos de dar início à finalização da matéria. Confesso que foi parte mais difícil de toda a missão. Colocar em palavras, e ter que selecionar partes mais relevantes de toda a história emocionante que havia ouvido não seria fácil. Mas, com determinação e ainda confiante de que conseguiria cumprir tudo com êxito, finalmente, acabei a matéria.

Apresentando o resultado de tudo ao nosso editor, eu e Diogo fomos surpreendidos ao recebermos elogio do mesmo. Percebi então, que ele sabia o que estava fazendo quando confiou aquela matéria em minhas mãos e que o desafio faz parte da profissão que escolhi. Com isso, tive a prova mais do que suficiente de que estou no caminho certo.

Sabrina Assumpção

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bom exemplo começa em casa, ou seja, na CPJ


Boulanger Souza Campos (texto)
Pedro Henrique Silva (foto)

Estudar ou empreender? Em meio a tantos desafios, correria, cobranças e preocupações, essa é uma pergunta constante entre os estudantes. Apesar da evolução do ensino superior no Brasil, nem sempre o estudante não recebe das instituições uma disciplina que proporcione desenvolver seu espírito empreendedor. Exemplo que foge a essa “quase regra” são os ex-estagiários da CPJ (Central de Produção Jornalística do curso de Jornalismo da Newton Paiva) e uma aluna de Relações Públicas, que mostraram como aliar conhecimento à prática do empreendedorismo.

Essa receita foi utilizada pela RP Fernanda Fontes e pelos formandos em jornalismo Jefferson Delbem, Leonardo Cunha e Lucas da Silva, que criaram a agência “Cola Comunicação”. A ideia surgiu pela carência de uma mídia voltada para o público jovem, principalmente universitário.

O primeiro produto da Agência é o jornal “Cola Oficial”, que conta com um design jovem, matérias bem elaboras e de interesse do público universitário. “Tem videogame, moda, agenda cultural, tudo com uma linguagem mais leve”, explica Jefferson. Os ex-estagiários destacaram a importância teórica e prática adquirida na faculdade. “A CPJ é a grande responsável por tudo que aprendemos; tanto eu quanto o Leo trabalhamos lá por um ano. Todo o trabalho de produção, edição e fechamento do jornal, que aprendemos lá, foi utilizado por nós”, diz Jefferson.

Com tiragem inicial de trinta mil exemplares, o “Cola Oficial” será distribuído — gratuitamente — nas faculdades de Belo Horizonte e região metropolitana. Além do impresso, o jornal contará ainda com uma versão on-line, que em breve será disponibilizada no endereço www.colaoficial.com.br.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Debate político ou futebol?

Por Diogo Leão

Para fazer uma boa escolha do candidato à presidência da república, sem dúvida é necessário conhecê-lo bem. Mas como isso é possível se, na hora do primeiro debate entre os presidenciáveis, transmitido pela TV Bandeirantes, a Globo exibe a semifinal da Copa Libertadores da América, entre Internacional e São Paulo?
Ontem, 5 de agosto, olhos, ouvidos e corações de milhões de brasileiros, em vez de conhecerem as propostas de José Serra, Dilma Rousseff, Marina Silva e Plínio de Arruda, estavam voltados para o jogo. Isso mostra, mais uma vez, que a TV aberta, concessão do governo, fracassou com um papel social importante, que é promover a cidadania por meio da política em nosso país. O futebol, sem dúvida, deve ser o presidente do Brasil.

O debate

 
Diferentemente de outras épocas, em que as ofensas entre candidatos predominavam, o debate ocorreu em tom sóbrio, com a exceção de algumas intervenções do candidato Plínio de Arruda que, segundo ele, era um político diferente dos demais, pois sua proposta é limitar as propriedades de terra com o máximo de 1000 hectares.

Só que pouco conteúdo significativo foi apresentado, ou seja, algo novo para mudar realmente a política social e econômica do Brasil; os presidenciáveis expuseram planos já discutidos anteriormente e que até hoje não saíram do papel — a reforma da previdência é um deles. Além disso, eles utilizaram números sobre a economia irrelevantes neste momento.

Os temas giraram sobre educação, saúde e segurança, mas qual dos três tópicos é prioridade? Para Plínio, “os três vem em primeiro”, enquanto Marina coloca a saúde como prioridade. Agora, no “bloco forte” dos presidenciáveis, José Serra comparou os três temas: “São como órgãos do corpo humano”. Disse que vai criar o Ministério da Segurança e investir no ensino profissionalizante. Dilma Rousseff também disse que os três temas devem ser atendidos simultaneamente.