Por Nayara Carmo e Henrique Paolinelli
Escolher um candidato nas eleições não é tarefa fácil hoje em dia, ainda mais por causa dos escândalos políticos dos últimos anos. Além disso, a propaganda eleitoral virou um verdadeiro circo dos horrores, pois vemos de tudo na TV: o candidato “rola bosta”, o que não fala absolutamente nada (só a mulher do respectivo candidado entra no cenário e diz — “vote no meu marido”), por exemplo. A situação é ainda pior quando as eleições são para pleitear cargos municipais, como o de vereadores.
De acordo com o professor de Teorias da Comunicação, Écio Marques, os interesses pessoais, em grande parte, pautam mais o dia a dia da política do que os interesses coletivos. Diz: ”O problema é que muitas vezes esses interesses são particulares e não públicos, transformando o ato de votar em uma barganha e o próprio voto em moeda de troca”. Ainda de acordo com o professor, partidos fabricam políticos e os transformam em “candidatos-- produtos”, para assim conquistar o eleitor via propaganda eleitoral.
Para quem for votar pela primeira vez, o perigo se mostra ainda maior. No entanto, o eleitor bem informado consegue reconhecer quando um político não é confiável. Jéssica Viana, estudante de Relações Públicas, diz que o candidato precisa propor melhorias concretas nas áreas de educação, transporte e saúde.
Nessa mesma linha de raciocínio, Josiane Fernandes, estudante de direito, propõe que o governo favoreça sempre os serviços básicos para que o brasileiro tenha uma vida digna. Ainda segundo ela, o marketing das campanhas eleitorais atinge basicamente a população mais fragilizada da sociedade, que muitas vezes não tem tempo para desenvolver uma análise crítica da situação.
Assim como Jéssica e Josiane, a maior parte dos jovens entrevistados apresentam a mesma opinão. O estudante de jornalismo Fernando Maximiano diz que “é indispensável o candidato ser instruído e que tenha histórico na política”. Por fim, diz ainda que “Candidatos que utilizam de humor para atrair eleitores não despertam o interesse, pois demonstram não ter nenhum suporte para assumir um cargo público”, analisa Fernando.