segunda-feira, 20 de abril de 2009

Calouros debatem jornalismo em clima descontraído

Cobertura realizada por estagiários da CPJ* e incluída no site da instituição

Frederico Alves, Lucas Simões e Michael Eudes* (Texto)
Dayse Aguiar* (Fotos)

Como é ser jornalista? Num bate-papo bem à vontade, os alunos do segundo período do curso de jornalismo fizeram a tradicional recepção aos calouros para tratar essa questão, além de expor dúvidas, trocar ideias e opiniões com os convidados a respeito da profissão. O evento, que aconteceu neste dia 15, no estúdio de TV do NP4, na Newton Paiva, contou com a presença dos jornalistas Daniel Silveira, repórter do portal O Tempo; Victor Hugo Fonseca, repórter do jornal O Tempo; e Bruno Porto, repórter do jornal Diário do Comércio. Detalhe: todos são ex-alunos do curso de jornalismo da Newton.

Luan Nogueira (foto ao lado) achou o debate empolgante: “Despertou a paixão do jornalismo na gente”

Para Thayanna Sena, do 2° período, uma das organizadoras do encontro, “como na Newton não tem o trote, isso é uma forma alternativa de apresentar o curso para os calouros”.
Em uma breve apresentação, o recém-formado Daniel Silveira falou um pouco de sua experiência jornalística e de seu caminho até ser contratado. O jornalista contou sobre a época em que fez estágio no jornal O Tempo, então no 4° período do curso e teve, por acaso, a sorte de substituir um repórter. “O repórter não chegou a tempo para fazer a matéria. Era final do expediente e eu estava quase indo embora. Então, disse que eu podia fazer e, no outro dia, era a manchete do jornal”, disse.


Alunos acompanham atentos o debate, que contou com a presença de jornalistas formados pela Newton

No rádio, quando foi estagiário da Band News, Daniel contou sobre a oportunidade de fazer a cobertura das eleições do ano passado para prefeitura de Belo Horizonte. “É muito corrido. Cheguei a gravar matéria em baixo de uma mesa, por causa da confusão das eleições”, explica.
Aberto para as perguntas, o encontro tomou forma de conversa informal. Os alunos expuseram o medo de não conseguirem um lugar no mercado, e trouxeram para a mesa de discussões assuntos polêmicos. Entre eles, o futuro dos jornais impressos e o projeto de lei que visa a desregulamentação do diploma de jornalista.


Daniel, Victor Hugo e Bruno, jornalistas formados na Newton Paiva e atuando no mercado de trabalho


A dúvida sobre a morte dos impressos foi um dos temas mais debatidos, esquentado o encontro, pois, desde o advento da internet, a adaptação dos estudantes para outras mídias é uma preocupação muito discutida. “O pessoal está bem ligado e bem mais bravo do que na minha época com relação a esse assunto da internet”, disse o repórter Victor Hugo. A não exigência do diploma para ser jornalista também foi assunto que prendeu a atenção dos alunos. Os três repórteres foram unânimes ao defender a manutenção da formação acadêmica para o exercício da profissão. “Alguns jornalistas de vanguarda talvez não defendam o diploma porque fizeram e fazem um bom jornalismo sem terem passado pela faculdade. Mas, estamos em outros tempos”, ponderou o repórter Bruno Porto.


Com mediação da coordenadora do curso de Jornalismo da Newton Paiva, Marialice Emboava, o debate abordou também o dilema ético do jornalista. O repórter Daniel Silveira, contou um fato que aconteceu com um repórter fotográfico do jornal O Tempo na quarta-feira passada, quando descobriu que no Instituto Médico Legal de Betim, cadáveres estavam em más condições de conservação, fora da geladeira. “O fotógrafo recebeu voz de prisão por ter tirado as fotos. A polícia considerou invasão de propriedade”, disse Daniel. Porém, os palestrantes questionaram os alunos. “Numa situação dessas, o que você faz?”, indagou Vitor Hugo. No auge das discussões, Daniel Silveira mostrou a essência do repórter, sempre preocupado com a sociedade, para responder o dilema. “Que jornalista não faria aquela foto? Jornalismo é isso: pé na porta”.

Repercussões

O calouro Luan Barreto Nogueira elogiou a palestra e se sentiu motivado com os conselhos dos profissionais. “É bom escutar depoimentos de pessoas que ocuparam o mesmo lugar que eu, de estudante, e hoje estão no mercado. É muito legal, é empolgante, isso motiva bastante, pois jornalismo é isso, paixão mesmo”, disse.

O também calouro André Nascimento disse que gostou da iniciativa da palestra, pois, colocou os alunos iniciantes em contato com profissionais que atuam no mercado. “Foi legal o contato com profissionais da área, pois, nos deu uma ideia de como é o dia a dia de um jornalista.”
Natália Fernandes (foto ao lado) , do 2° período, se mostrou animada após ouvir histórias e dicas dos jornalistas. “Eles falaram do jornalismo de hoje, para os estudantes de hoje. E tiraram um pouco dos nossos medos também”. Sua colega, Talita Borges, também do 2° período, frisou a importância de ouvir incentivos de ex-alunos da Newton. “A gente se espelha muito nas pessoas que deram certo, principalmente as que passaram pela faculdade que estudamos. Isso nos incentiva bastante”.

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