segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Debate político ou futebol?

Por Diogo Leão

Para fazer uma boa escolha do candidato à presidência da república, sem dúvida é necessário conhecê-lo bem. Mas como isso é possível se, na hora do primeiro debate entre os presidenciáveis, transmitido pela TV Bandeirantes, a Globo exibe a semifinal da Copa Libertadores da América, entre Internacional e São Paulo?
Ontem, 5 de agosto, olhos, ouvidos e corações de milhões de brasileiros, em vez de conhecerem as propostas de José Serra, Dilma Rousseff, Marina Silva e Plínio de Arruda, estavam voltados para o jogo. Isso mostra, mais uma vez, que a TV aberta, concessão do governo, fracassou com um papel social importante, que é promover a cidadania por meio da política em nosso país. O futebol, sem dúvida, deve ser o presidente do Brasil.

O debate

 
Diferentemente de outras épocas, em que as ofensas entre candidatos predominavam, o debate ocorreu em tom sóbrio, com a exceção de algumas intervenções do candidato Plínio de Arruda que, segundo ele, era um político diferente dos demais, pois sua proposta é limitar as propriedades de terra com o máximo de 1000 hectares.

Só que pouco conteúdo significativo foi apresentado, ou seja, algo novo para mudar realmente a política social e econômica do Brasil; os presidenciáveis expuseram planos já discutidos anteriormente e que até hoje não saíram do papel — a reforma da previdência é um deles. Além disso, eles utilizaram números sobre a economia irrelevantes neste momento.

Os temas giraram sobre educação, saúde e segurança, mas qual dos três tópicos é prioridade? Para Plínio, “os três vem em primeiro”, enquanto Marina coloca a saúde como prioridade. Agora, no “bloco forte” dos presidenciáveis, José Serra comparou os três temas: “São como órgãos do corpo humano”. Disse que vai criar o Ministério da Segurança e investir no ensino profissionalizante. Dilma Rousseff também disse que os três temas devem ser atendidos simultaneamente.

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